Ouvir música pode reduzir o risco de demência em 39%, revela novo estudo

Num momento em que o envelhecimento da população e a saúde mental ganham cada vez mais destaque, surge uma investigação surpreendente que mostra que algo tão simples como ouvir música regularmente pode estar associado a uma redução de até 39% no risco de desenvolver demência.

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11/2/20253 min read

🎧 Ouvir música pode reduzir o risco de demência em quase 40% — revela novo estudo

Num momento em que o envelhecimento da população e a saúde mental ganham cada vez mais destaque, surge uma investigação surpreendente que mostra que algo tão simples como ouvir música regularmente pode estar associado a uma redução de até 39% no risco de desenvolver demência.

O estudo, conduzido pela Monash University, na Austrália, analisou a relação entre hábitos musicais e saúde cognitiva em pessoas com 70 ou mais anos — e os resultados deixam claro que a música pode ser muito mais do que entretenimento.

O que revela o estudo

Os investigadores acompanharam mais de 10.800 participantes com idade igual ou superior a 70 anos, todos sem diagnóstico de demência no início do estudo.

As conclusões foram claras:

  • Aqueles que afirmaram ouvir música com frequência apresentaram um risco 39% inferior de desenvolver demência, em comparação com quem ouvia raramente ou nunca.

  • Quem tocava regularmente um instrumento musical tinha uma redução de risco de cerca de 35%.

  • Os participantes que combinavam ambas as actividades — ouvir e tocar música — registaram uma diminuição de risco de 33% para demência e de 22% para défice cognitivo ligeiro.

  • Além disso, o grupo que ouvia música com maior regularidade obteve melhores resultados em memória e cognição global.

Apesar dos números impressionantes, os investigadores sublinham que se trata de uma associação e não de uma prova de causalidade. Ou seja, não se pode afirmar que ouvir música previne directamente a demência — mas existe uma forte correlação entre ambas as variáveis.

Porque é que a música pode ter este efeito?

O estudo não identificou uma única razão, mas apontou várias hipóteses:

  • Estimulação cerebral: ouvir ou tocar música activa diversas áreas do cérebro — da memória à emoção — ajudando a reforçar o que os especialistas chamam de reserva cognitiva, ou seja, a capacidade do cérebro resistir melhor ao envelhecimento.

  • Bem-estar emocional: a música reduz o stress, melhora o humor e estimula a libertação de dopamina, o que contribui para a saúde mental.

  • Interacção social: a prática musical — individual ou em grupo — promove a socialização, outro factor conhecido por proteger contra o declínio cognitivo.

  • Estilo de vida saudável: é possível que pessoas mais ligadas à música também tenham rotinas mais equilibradas e activas, o que reforça os efeitos positivos.

O que considerar
  • O estudo centrou-se em adultos com mais de 70 anos, pelo que os resultados podem não ser totalmente extrapoláveis para outras idades.

  • A frequência de “ouvir música” foi auto-reportada, o que introduz alguma margem de subjectividade.

  • Pessoas com níveis mais altos de escolaridade parecem beneficiar mais do efeito protector, o que sugere que a música actua em conjunto com outros factores de estimulação cognitiva.

  • Como se trata de um estudo observacional, são necessárias mais investigações para confirmar o papel direto da música na prevenção da demência.

O que isto significa para o público da Undermag

Para quem vive a música intensamente — seja em casa, no clube ou no palco —, esta é uma notícia inspiradora: o amor pela música pode literalmente proteger a mente.

Não é preciso ser músico profissional. O que importa é a regularidade: integrar a música na rotina diária, seja ao ouvir, tocar ou dançar, pode ser uma forma simples e prazerosa de cuidar da saúde mental.

Mais do que uma expressão artística, a música surge aqui como uma ferramenta de longevidade cognitiva — um motivo extra para nunca deixar o som parar.

Sugestões práticas
  • Ouve música todos os dias — especialmente as que te tocam emocionalmente.

  • Se tiveres curiosidade, aprende um instrumento ou retoma um que tenhas deixado para trás.

  • Partilha esses momentos com amigos ou familiares — o factor social amplifica os benefícios.

  • E, acima de tudo, faz da música uma parte essencial do teu bem-estar.

Conclusão

O estudo da Monash University oferece uma nova perspectiva sobre o poder da música: uma actividade acessível, prazerosa e com efeitos reais no cérebro.
Embora ainda não possamos falar em prevenção garantida, os dados são claros — a música é muito mais do que lazer. É uma ponte entre emoção, memória e saúde.

Ouvir música pode ser, afinal, a forma mais bonita de cuidar de nós próprios.

📚 Fontes: